DIVINAL
Queria ver-te,
pequena deusa,
ausente de meu tempo,
viajante de atalhos.
Queria apenas olhar-te
coberta de véus,
aromatizada de ervas,
uma flor erótica dos sonhos.
Tocar-te
seria impossível,
te desfarias em fragmentos
de cinzas perfumadas
espargidas pelos sete mundos.
Mas quem sabe um dia,
de inopino,
me lanço sobre ti
e juntos, num abraço sem fim,
nos desfaremos no espaço?