OTÁVIO CORAL
Quem será que mora em mim?
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DESLIGAMENTO

Queria meu corpo poroso
cruzado por eclipses misteriosas,
sem um rosto conhecido,
sem impressões digitais,
como se fosse apenas uma sombra,
pacífica como o trigal
abandonado ao vento.

Que das entranhas desconhecidas
surgissem ecos coloridos de prazer.
Que dos quietos vazios cinzentos
ascendessem perfumes afrodisíacos.

Queria meu próprio universo
sem uma luz definida,
mas cortado por fachos de laser
freneticamente pulsantes.

Através dos minúsculos poros
eu me fugiria de mim
incognitamente!

Otávio Coral
Enviado por Otávio Coral em 03/07/2013
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