CÂNTICO
Ah! aquele jovem amor,
das primeiras luzes do dia,
do breve despertar da aurora,
explodia em lampejos,
ora suaves como a pluma,
ora desejosos como um fauno.
As flores abriam-se para ele,
somente para aquele amor,
que se inebriava com o perfume,
que se banhava nas cores dos ocasos,
que plainava pelos céus,
sombras azuis aladas.
Ah! eram tantas as esperas,
tantos segundos contados
até o surgimento daquela forma
tão perfeita , uma escultura viva,
com um sorriso inapagável
na face encalorada.
Ah! o inclemente tempo
em um só atropelo, amplo,
foi tornando as cores, vazias,
os aromas insensíveis,
servindo apenas para armazenar
na memória, tantos sonhos e fantasias.
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