UM SONETO
Se até no céu existe melancolia
num momento de incerteza
em que não há nehuma alegria,
dominando uma forte frieza.
Se até na terra existe dúvida
num instante de cegueira total
onde parece que não há vida
e tudo acabou-se sem final.
Por que não sentir-se medo
quando em horas de solidão
a clarividência se ofusca no não?
Por que preocupar-se tão cedo
quando um minuto vivido no presente
se alonga perdendo-se no eternamente?
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