SEMPRE O POETA
Vem a noite. Escura, escura.
E o poeta canta. Seus versos fluem.
Não há sombras, não há tropeços.
Ele canta ao som das estrelas.
Canta no desvario de cantar.
Vem a madrugada. Rubra, clara.
E ele canta. Sua voz é a mesma.
Não há luz demais. Não há reflexos.
Canta junto à brisa que vem.
E canta no dia que se abre como uma flor.
Canta porque, poeta, canta a vida que vive.
E sobrevive do seu canto sem tempo.