Textos
PRELÚDIO PARA UM AMOR
De longe chegam palavras
enfeitadas em versos
perfumadas de encanto.
Uma alfombra adjetivada
recebe o repouso feliz
do poeta contemplativo.
À noite, madrugada silente
o veludo tenro da voz
se faz música dolente.
O vinho tinto vai às taças
que aproximam as mãos
menos do que os corpos.
Dá-se o fulgor dos olhares
que se mergulham mutuamente
numa espiral de anseios.
Os corpos soltos num infinito só deles.
No chão jazem as taças tombadas
e no ar os acordes repetidos da última canção.
Otávio Coral
Enviado por Otávio Coral em 24/02/2008